Ó mar que és tão lindo
As tuas ondas se agitam
No amor e felicidade
Também elas acreditam.
Sempre que posso ó mar
Vou-te sempre visitar
Com um poema no coração
Para te poder recitar.
Ó mar não sejas cruel
Tem lá bom coração
Pois todos os pescadores
Em ti ganham o seu pão.
Gosto de ti ó mar
Com o teu azul brilhante
Vês no céu um amigo
E a areia a tua amante.
MANUEL PEREIRA Ermesinde
- Publicado n' O DESTAK 14 de Outubro 2008
1 comentário:
O MAR
Ondas que descansam no seu gesto nupcial
abrem-se caem
amorosamente sobre os próprios lábios
e a areia
ancas verdes violetas na violência viva
rumor do ilimite na gravidez da água
sussurros gritos minerais inércia magnífica
volúpia de agonia movimentos de amor
morte em cada onda sublevação inaugural
abre-se o corpo que ama na consciência nua
e o corpo é o instante nunca mais e sempre
ó seios e nuvens que na areia se despenham
ó vento anterior ao vento ó cabeças espumosas
ó silêncio sobre o estrépito de amorosas explosões
ó eternidade do mar ensimesmado unânime
em amor e desamor de anónimos amplexos
múltiplo e uno nas suas baixelas cintilantes
ó mar ó presença ondulada do infinito
ó retorno incessante da paixão frigidíssima
ó violenta indolência sempre longínqua sempre ausente
ó catedral profunda que desmoronando-se permanece!
António Ramos Rosa
Facilidade do Ar
Lisboa, Caminho, 1990
UM bem-haja
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