Perdido num turbilhão de pensamentos
Vagueio à deriva na viela obscura da vida
Afogado em demasiados arrependimentos
Suportando uma pesada alma ferida.
E mesmo sem certezas de nada
Sigo em frente rumo ao desconhecido
Caminhando numa sinistra, e tumultuosa estrada
Sozinho, apenas acompanhado comigo...
HUGO NOGUEIRA
- Publicado n' O DESTAK 28 de Outubro 2008
2 comentários:
Florbela Espanca
Lágrimas ocultas
Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Muito bem-haja
Ai, meu Deus do céu, que coisa mais linda!
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