A ganância

A ganância
De alguns ambiciosos
No Mundo
Fizeram o Mundo cair

Num buraco profundo
Conhecimentos usados
No mau sentido
Fizeram-lhes fazer

Tudo o que era moralmente
Proibido
Conseguindo riquezas

A qualquer preço
Virando este Mundo
Do avesso

ALEXANDRINA SILVA

Publicado n' O DESTAK 30 de Março 2009

O desemprego (Soneto)

Sabe-se que o desemprego
Cria tristeza, revolta
E desassossego
Se não tiveres emprego

Não te revoltes
Tenta resistir com dignidade
E até pedir no sítio certo
E se houver necessidade

Não te envergonhes
Dirige-te a um amigo
Que estiver por perto

Alguém certamente
Estará contigo
No momento certo.

ALEXANDRINA SILVA

(Foto»»»» Desemprego em 1929)

Publicado n' O DESTAK 20 de Março 2009

Pai, anjo protector

Pai
Tenho saudades do teu falar
Tenho saudades do teu aconselhar
E dos momentos que recordo com ternura
Sinto falta da tua presença e opinião

Quando escrevia com a alma e o coração
E me aconselhavas com sabedoria e brandura
Recordo o teu sorriso disfarçado
Quando vivias doente e preocupado

E consciente que a família vivia com inquietação
Agora, sei que é uma estrela no céu a brilhar
E sempre que estou triste e preciso de chorar
Eu tenho um anjo protector que está no meu coração.

ANA SANTOS Vilar de Andorinho

Publicado n' O DESTAK 19 de Março 2009

Boa vontade?

Tanta inveja e traição
Cobardia e má vontade
Até me dói o coração
Onde está a bondade?

Sempre a ouvir lamentos
Em especial contra os patrões
Usem bons sentimentos
E acabem com discussões.

MARIA Cascais

Publicado n' O DESTAK 12 de Janeiro 2009

Mulher lutadora (Soneto)

Mulher, que lutas sem preconceito
Por uma vida justa e verdadeira
Apenas exiges bom trato e respeito
Numa batalha de dura canseira.

Na tua vivência de Mulher casada
Nunca recebeste a merecida atenção
Sentiste o desprezo em ser mal-amada
Esquecida no choro do teu coração.

Mulher que viveu sem carinho e sem amor
Apenas conheceu o sofrimento e a dor
Numa entrega que dá sem nada receber.

Mas o tempo se encarregou de moldar
A altura certa de ajudar a libertar
Uma lutadora com esperança de vencer.

ANA SANTOS Vilar Andorinho

Publicado n' O DESTAK 9 de Março 2009

A televisão

A televisão
É um grande meio
de comunicação
Para o bem e para o mal
Tanto pode ser mel, como fel

Mostrando, julgando e condenando
Tão rapidamente
Que mesmo que alguém
Esteja inocente
Estando a sua vida no ar
Pode logo se queimar
E nunca mais se levantar.

A. S.

Publicado n' O DESTAK 5 de Março 2009

Em utopia

Paisagem pintada.... Vermelha
Tinta de sangue a derramar
Uma arma que dispara uma centelha...
Será mais uma lágrima a chorar

A escorrer de tristeza pelo meu rosto
Que ao meu ser, pesa e sobrecarrega
Numa amargura lamentosa de desgosto
Quando vejo a matança vil da Guerra cega

Essa “Monstruenga” hedionda de atrocidade
Não quero... não queria
Ingénuo, acredito no melhor da humanidade
Na esperança de vivermos em paz, em utopia

FREDERICO PEREIRA Seixal

Publicado n' O DESTAK 3 de Março 2009

Em utopia

À política em turbulência

À política em turbulência
Os deuses não dão ouvidos,
Zurros de burros proferidos
No curral de tal demência.
Vozes não chegam aos céus
Desses asnos embrutecidos,
Escondemos seus labéus
Para serem favorecidos.
Deviam ser bestas de carga
Na ajuda ao semelhante,
Mas a mama ninguém larga
Comem tudo num instante.
Nem palha deveriam comer
Esses burros de caviar,
A nação a fenecer
E eles sempre a medrar.
Saltam de galho em galho
Para o mais alto poleiro,
Sem emprego nem trabalho
Está o povo sem dinheiro.

JOSÉ AMARAL V. N. de Gaia

Publicado n' O DESTAK 2 de Março 2009