quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Acarinhada Lisboa







Na admiração
Do horizonte


Na combinação
Do Tejo e da Ponte

Na bênção
Do Cristo protector sobre o monte


Na visão
Que brota em mim como fonte


Da Liberdade
Como pássaro que voa


Na grandiosidade
Da minha acarinhada Lisboa




FREDERICO PEREIRA





Publicado n' O DESTAK 5 de Novembro 2008





1 comentário:

José Ramos disse...

História de Lis

Olissipo situava-se na província romana da Lusitânia
Diz a lenda popular e romântica que a cidade de Lisboa foi fundada pelo herói grego Ulisses[carece de fontes?], e que tal como Roma o seu povoado original foi rodeado por sete colinas[carece de fontes?].
Com a chegada dos Celtas estes misturaram-se com os Iberos locais, dando origem às tribos de língua celta da região[carece de fontes?].
Os gregos antigos tiveram provavelmente na foz do rio Tejo um posto de comércio durante algum tempo, mas os conflitos que grassavam por todo o mediterrâneo, levaram sem dúvida ao seu abandono, devido sobretudo ao poderio Cartaginense de toda a região nessa época[carece de fontes?].
A degeneração do Império, e a feudalização da sociedade romana levaram às primeiras invasões dos povos Germanos, Hunos e outros. Inicialmente aceites como colonos nas terras desertificadas pelas epidemias terriveis que mataram grande parte da população da época (provavelmente de Sarampo e Varíola[carece de fontes?]), transformaram-se depressa em expedições militares com objectivos de saque e conquista[carece de fontes?].


Reino dos Visigodos antes da Conquista do Reino dos Suevos
Após a conquista a Cartago do oriente peninsular, os romanos iniciam as guerras de pacificação do ocidente. Cerca de 205 a.C. os Olisiponenses estabeleceram uma aliança estratégica com os romanos, lutando lado a lado com as legiões, conquistando a vitória e sendo absorvida no império e recompensada com a atribuição de cidadania romana, um privilégio raríssimo já naquela época para povos não italianos[carece de fontes?]. Felicitas Julia, como a cidade viria a ser conhecida, beneficia do estatuto de municipium, juntamente com os territórios em redor, até uma distância de 50 quilómetros, não pagando impostos a Roma, ao contrário de quase todos os outros castros e povoados autóctones conquistados. Foi incluída com larga autonomia na província da Lusitânia, cuja capital era Emeritas Augusta, a actual Mérida (na Extremadura Espanhola).
No tempo dos romanos a cidade era famosa pelo garum, um molho de luxo feito à base de peixe, exportado em ânforas para Roma e todo o império, assim como vinho, sal e cavalos da região[carece de fontes?]. Ptolomeu chamou a cidade de Oliosipon.
No fim do domínio romano Olissipo seria um dos primeiros núcleos a acolher o cristianismo[carece de fontes?]. O primeiro bispo da cidade foi São Gens. Sofreu invasões bárbaras dos alanos, vândalos e depois fez parte do reino dos suevos[carece de fontes?], antes de ser tomada pelos visigodos de Toledo, que a chamaram de Ulishbona. [3]
Após três séculos de saques, pilhagens e perda de dinâmica comercial[carece de fontes?], Ulishbuna seria pouco mais que uma vila no início do século VII[carece de fontes?]. É nesta altura que, aproveitando uma guerra civil do Reino Hispânico Visigótico, que os árabes liderados por Tariq invadem a Península Ibérica com as suas tropas mouriscas, em 711. Olishbuna foi conquistada pelas tropas de Abdelaziz ibn Musa, um dos filhos de Tariq, assim como o resto do Ocidente.
Lisboa foi então tomada no ano 719 pelos mouros provenientes do norte de África. Em árabe chamavam-lhe al-Lixbûnâ. Construiu-se neste período a cerca moura.


Afonso Henriques
Enquanto se fragmentavam as Taifas islâmicas do Sul, no Norte sucedia o Condado Portucalense do Reino de Leão, já em plena Reconquista da Península Ibérica. Apesar de baseado em Guimarães, a força económica que permitia a autonomia do Condado Portucalense estava na cidade do Porto (Portucale ou porto da cidade de Cale, a actual Gaia)[carece de fontes?]. É interessante pensar como foi o novo Reino, centrado no dinamismo comercial da jovem cidade de mercadores do Porto, que usufruía de uma posição e importância semelhantes na foz do segundo maior rio da Península Ibérica, o rio Douro, como Lisboa no rio Tejo, que acabaria por conquistar essa venerável cidade.
Famosa e opulenta, a cidade daria ao reino bastante prestígio[carece de fontes?]. A primeira tentativa de Afonso de conquistar al-Ushbuna deu-se em 1137 e fracassou frente às muralhas da cidade. Em 1140 aproveita os cruzados que passavam por Portugal para novo ataque que novamente falha.
Só 7 anos depois os cristãos a reconquistariam graças ao primeiro rei de Portugal, Dom Afonso Henriques, e ao seu exército de cruzados, em 1147. O primeiro rei português concedeu-lhe foral em 1179[carece de fontes?]. A cidade tornou-se capital do reino em 1255 devido à sua localização estratégica[carece de fontes?]. A seguir à reconquista foi instituída a diocese de Lisboa que, no século XIV, seria elevada a metrópole (arquidiocese). [4]


Cruzados com Máquinas de Guerra
Nos últimos séculos da idade média a cidade expandiu-se e tornou-se um importante porto com comércio estabelecido com o norte da Europa e com as cidades costeiras do Mar Mediterrâneo[carece de fontes?]. Em 1290 o rei Dom Dinis mandou estabelecer a primeira universidade de Portugal em Lisboa (que foi transferida para Coimbra em 1308), a cidade então já dispunha de grandes edifícios religiosos e conventuais[carece de fontes?].
Dom Fernando I, "o Formoso", construiu a famosa Muralha Fernandina, já que a cidade crescia rapidamente para fora do perímetro inicial[carece de fontes?]. Começando pelo lado dos bairros mais pobres e acabando nos bairros da burguesia, a maior parte do dinheiro utilizado veio desta última. Esta estratégia mostrou-se conveniente, já que de outra forma a burguesia deixaria de financiar a obra[carece de fontes?].


Na Batalha de Aljubarrota
O novo capítulo da história de Lisboa nasce com a grande revolução da Crise de 1383-85. Após a morte de Fernando de Portugal, o Reino passaria para o Rei de Castela, João I de Castela. Depois de 2 anos sem Rei, os burgueses ganham a luta (porque apoiavam o Rei que viria a Reinar), com as suas ligações inglesas e capitais avultados[carece de fontes?]: o Mestre de Avis é aclamado João I de Portugal, vencendo o cerco de Lisboa de 1384, e a Batalha de Aljubarrota sob liderança de Nun'Álvares Pereira em 1385 contra as forças de Castela e dos fidalgos do Norte[carece de fontes?].


O Infante Dom Henrique
A colaboração estreita com os italianos, que dominavam a navegação no Mediterrâneo desde o tempo do Império Romano, trouxe frutos à cidade de Lisboa[carece de fontes?]. Várias expedições se empreenderam com tripulações italianas e portuguesas, nas quais foram descobertos os arquipélagos dos Açores, Madeira e Canárias. Alguns afirmam que terão mesmo chegado ao Brasil[carece de fontes?]. Estas ilhas permitem o estabelecimento de novas cidades-portos, úteis para a exploração de novos mercados. De Lisboa partiram numerosas expedições na época dos descobrimentos (séculos XV a XVII), como a de Vasco da Gama em 1497-1498, reforçando também com este feito, a condição de grande porto e centro mercantil na Europa.
Na época da expansão as casas de Lisboa tinham de três a cinco andares, sendo no primeiro uma loja e nos últimos as instalações dos comerciantes. Nesta época havia uma mistura de raças em Lisboa como não se via noutro ponto da Europa[carece de fontes?]. Num livro sobre Dom Manuel I, "o Venturoso", aparece uma imagem que representa a vida quotidiana nesta época: a uma mesa está sentada uma família, dois filhos e um casal, sentada em bancos de três pernas. A decoração da sala é simples, tem um pequeno armário de parede com janelinhas de vidro onde estão guardadas as louças de prata da família e pouco mais. A um canto vê-se uma cortina de seda, presa por aros de ouro, entreaberta. Do lado de lá da cortina parece existir uma cozinha ou adega, onde estão dois serviçais negros. Para além dos escravos, Lisboa era muito frequentada por uma grande quantidade de comerciantes estrangeiros. [5]


Auto-de-fé, Quadro de Pedro Berruguete
Após terminarem as guerras e conflitos entre os conservadores e liberais, Lisboa, tendo perdido o ouro e monopólio dos produtos do Brasil, a fonte de toda a sua riqueza desde o fim do século XVI encontrava-se numa situação económica desesperada[carece de fontes?]. No Norte da Europa, as nações iniciavam a industrialização, e enriqueciam com o comércio das Américas (a Inglaterra viria a dominar o comércio brasileiro) e da Ásia. O atraso de Portugal parecia irreversível.
É em Lisboa que se dá a principal revolta que causou a Restauração da Independência, em 1640. [6]
Os problemas para o comércio na cidade aumentam quando os Catalães, um povo mercador como o de Lisboa, também oprimidos pelas taxas castelhanas, se revoltam em 1636. É a Portugal que Madrid vem exigir os homens e os fundos para derrotar os catalães, numa tentativa de usar os de Portugal contra os da Catalunha[carece de fontes?].


Aclamação de D. João IV, o Restaurador.
É então que os mercadores da cidade se aliam à pequena e média nobreza[carece de fontes?]. Tentam convencer o Duque de Bragança, Dom João, a aceitar o trono, mas este, como o resto alta Nobreza, é beneficiado por Madrid e só o prospecto de se tornar Rei o convence finalmente. Os conspiradores assaltam o Palácio do Governador, aclamando o novo Rei D. João IV, com o apoio inicialmente do Cardeal Richelieu de França[carece de fontes?], e depois a velha aliança retomada com a Inglaterra (tudo isto ficou conhecido com a Restauração da Independência, em 1640).
A Lisboa pós-Restauração é uma cidade cada vez mais dominada pelas ordens religiosas Católicas[carece de fontes?]. Mais de 40 conventos são fundados na cidade em adição aos 30 já existentes, e os religiosos ociosos cuja sustentação é assegurada pelas esmolas e expropriações contam-se aos muitos milhares, constituindo mais de 5% da população da cidade. O clima político é cada vez mais conservador e autoritário e a Inquisição, depois de destruída a classe mercadora[carece de fontes?], concentra-se no controlo das mentalidades[carece de fontes?], vigiando as ideias e a criatividade, que suprime em nome da pureza da Religião. Os segundos e terceiros filhos, que não recebem a herança do pai, e que antes se dedicavam ao comércio e às empresas além-mar, agora simplesmente se refugiam nas ordens religiosas e vivem à conta de outrem, a maioria das vezes de forma apenas superficialmente religiosa[carece de fontes?].


Terramoto de Lisboa, 1 de Novembro de 1755

O Marquês de Pombal
No início do século XVIII, no reinado de Dom João V, a cidade foi dotada de uma grande obra pública, extraordinária para a época: o Aqueduto das Águas Livres.
A cidade foi quase na totalidade destruída em 1 de Novembro de 1755 por um grande terramoto, e reconstruída segundo os planos traçados pelo Marquês de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo), Ministro da Guerra e Negócios Estrangeiros e oriundo da Baixa Nobreza, reagindo celebremente às ruínas do terramoto, terá dito que era necessário enterrar os mortos, cuidar dos vivos e construir a cidade. Uma ideia que vai desenvolver de seguida a nível da economia e sociedade. A parte central da reconstrução de Lisboa designar-se-á por Baixa Pombalina). A quadrícula adoptada nos planos de reconstrução permite desenhar as praças do Rossio e Terreiro do Paço, esta com uma belíssima arcada e aberta ao rio Tejo. [7]
Ainda no século XVIII e a instâncias de D. João V[carece de fontes?], o Papa concedeu ao arcebispo da cidade o título honorífico de Patriarca e a nomeação automática como Cardeal (daí o título de "Cardeal Patriarca de Lisboa").


A Praça do Rossio, ou D. Pedro V, uma das mais importantes de Lisboa


Rua Augusta, na Baixa Pombalina
Nos primeiros anos do século XIX Portugal foi invadido pelas tropas de Napoleão Bonaparte, obrigando o rei Dom João VI a retirar-se temporariamente para o Brasil. A cidade ressentiu-se e muitos bens foram saqueados pelos invasores. A cidade viveu intensamente as lutas liberais e iniciou-se uma época de florescimento dos cafés e teatros[carece de fontes?]. Mais tarde, em 1879, foi aberta a Avenida da Liberdade que iniciou a expansão citadina para além da Baixa.
O centro cultural e comercial da cidade passou para o Chiado, durante o século XIX (cerca de 1880. Com as velhas ruas da Baixa já ocupadas, os donos de novas lojas e clubes estabelecem-se na colina anexa, que rapidamente se transforma[carece de fontes?]. Aqui são fundados os Clubes, como o Grémio Literário famoso das histórias de Eça de Queiróz, e frequentado por Almeida Garrett, Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro, Oliveira Martins e Alexandre Herculano. Estabelecem-se ainda lojas de roupas das modas de Paris e outros produtos de luxo, grandes armazéns no estilo do Harrods de Londres ou das Galerias Lafayette de Paris e novos cafés de Luso-Italianos, como O Tavares e o Café do Chiado.[8]


A Torre de Belém, um dos monumentos mais famosos de Portugal


Terreiro do Paço ou Praça do Comércio
Culturalmente este é o período em que as touradas e o fado se transformam em verdadeiros entretenimentos populares regulares[carece de fontes?]. A eles se junta o teatro popular ou teatro de revista (inventado em Paris) que, com as velhas e eruditas comédias e dramas, disputa os novos teatros da capital[carece de fontes?]. Um entretenimento tipicamente português deste tempo é a Oratória, em que actores corrompem a velha arte do Padre António Vieira em argumentos cantados, floridos e quase sempre superficiais com que disputam prémios[carece de fontes?]. Surgem ainda os primeiros grandes jardins públicos, imitando o Hyde Park de Londres e os jardins das cidades alemãs: o primeiro é o Jardim da Estrela, onde passeiam os burgueses aos fins-de-semana[carece de fontes?].
Alarmadas as elites impõem a ditadura em 1907 com João Franco, mas é tarde de mais. Em 1908 a família real sofre um atentado (no Terreiro do Paço) em que morrem o Rei Dom Carlos de Portugal e o Príncipe herdeiro, numa acção provavelmente executada pelos anarquistas (que neste período atacam figuras públicas em toda a Europa[carece de fontes?]). Em 1909 os operários de Lisboa organizam extensas greves[carece de fontes?]. Em 1910, em Lisboa, dá-se finalmente a revolta. A população da cidade forma barricadas nas ruas e são distribuídas armas. Os exércitos ordenados a reprimir a revolução são desmembrados pelas deserções[carece de fontes?]. O resto do país é obrigado a seguir a capital, apesar de continuar profundamente rural, católico e conservador[carece de fontes?]. É proclamada a Primeira República.
Em 1912 os monárquicos aproveitam o descontentamento com as leis liberais dos republicanos no norte do país, e aí tentam o golpe de estado, que falha. Em 1916 Portugal entra do lado aliado na Primeira Guerra Mundial, enviando homens e recursos muito consideráveis num período de crise, e a situação económica e política fica cada vez mais tensa, havendo mesmo episódios de fome.


Monumento à Revolução do 25 de Abril (Revolução dos Cravos)
O fim da I República ocorre em 1926, quando a direita conservadora anti-democrática (ainda em pleno século XX largamente liderada pelos descendentes da antiga Nobreza do norte de Portugal e pela Igreja Católica) toma finalmente o poder após mais duas tentativas em 1925, alegadamente de forma a por fim à anarquia que ela própria tinha largamente criado[carece de fontes?]. Inicialmente militar, liderado pelo General Gomes da Costa, o novo governo rapidamente adopta uma ideologia quasi-fascista sob a liderança de Salazar. [9] O regime de Salazar e Marcello Caetano seria derrubado pela revolução dos cravos num golpe de estado realizado em Lisboa a 25 de Abril de 1974.[10]


Ponte 25 de Abril e zona adjacente do lado norte do Rio Tejo
Desde esta data, após um período conturbado até 1975, Lisboa e o país têm sido governados por um regime democrático. O actual Presidente da Câmara de Lisboa (C.M.L), é António Costa, do Partido Socialista (PS).
Dez anos mais tarde, em 1985, dá-se a Assinatura do Tratado de Adesão à Comunidade Económica Europeia, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, por parte do Presidente da República, Mário Soares.[11]
Em 1988, deu-se o Grande Incêndio do Chiado, que destruiu uma boa parte do património Lisboeta, assim como a principal zona de comércio de Lisboa, que ainda hoje está a ser reconstruída. [12]
Lisboa continua a desenvolver-se ao ritmo das mais altas cidades/capitais europeias, melhorando as suas infraestruturas (e construindo novas), melhorando o sistema de segurança, saúde, etc[carece de fontes?]. Em 1994, foi a Capital da Cultura, em 1998, inaugurou a sua segunda ponte, que por sinal, é a maior de toda a Europa[carece de fontes?], e a quarta maior do Mundo[carece de fontes?], a Ponte Vasco da Gama (a primeira ponte, foi a Ponte 25 de Abril, inaugurada em 1966), nesse mesmo ano (1998), organizou a Exposição Mundial de 1998, com o tema Oceanos. Mais recentemente, foi anunciada a construção de uma terceira ponte, de um novo aeroporto, de um mega-hospital (ou hospital central), assim como a renovação e melhoramento da cidade em si.[13]
( Wikipédia, a enciclopédia livre)
Um bem-haja
PORTUGAL 2008