segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Mar salgado

Banho-me no mar salgado,
sem sal.
Molho-me na onda,
sem qualquer espuma, no areal.
É o mar deste meu Algarve,
em dia quente de Verão,
sem, contudo, haver coração!
E vem-me tristeza imensa,
por não haver qualquer espécie
da riqueza marítima.
É este mar salgado,
sem sal e sem a própria vida,
que é o seu bem!
Nele não existe, também, amor!
Deixo deslizar lágrimas salgadas,
sem sal, como o próprio mar!
Olho o “Pôr do Sol”, lindo e amoroso.
Mar do meu Algarve,
torna-me a dar a espuma em cada onda,
com o seu rendilhado alvo e artístico.
Oferece-me, de novo, a riqueza
das tuas espécies.
Volta-me a salgar com o teu sal
a dar força e desejo,
para sentir o que é o amor,
ou se quiseres, mar do meu Algarve,
para me sentir, de novo, amado!


JOSÉ CARNEIRO DE ALMEIDA


LISBOA



Publicado n' O DESTAK 7 de Setembro 2010


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