Na rua onde dormito

Na rua onde dormito,
os passos correm descompassados
sem pressa…
…Fogem
…Tropeçam

Fingem-se calados,
pelo verbo que atalham, corrupiam
mas sem pressa...
…Cospem
…Escarram

Esgueiram-se por qualquer lado
como ratos de bueiro,
sem pressa…
…Incham
…Abocanham

Sem pressa,
calam a vaidade apressadamente



CONCEIÇÃO BERNARDINO



Publicado n' O DESTAK 27 de Julho 2009

Avós esquecidos (SONETO)

O dia dos Avós não está esquecido
No coração ternurento de alguns netinhos
Embora haja netos pouco agradecidos
E magoam sem um simples carinho.

A sociedade também ajuda a esquecer
Os Jovens Velhinhos que são mal amados
E sofrem sozinhos sem darem a perceber
Que, pelas famílias, muitos são abandonados.

Os Avós são Amigos e Educadores
São ouvintes atentos e sonhadores
E ajudam a realizar sonhos de Esperança.

Os Avós têm uma visão de sabedoria
Sabem aconselhar bem, sem hipocrisia
E são Heróis no crescer da cada criança.


ANA SANTOS - Vilar Andorinho


Pintura: São Joaquim e Santa Ana,
pais de Nossa Senhora, Avós de
Jesus O Cristo


Publicado n' O DESTAK 24 de Julho 2009

O quadro negro de ardósia, logo que apagado,
esquece o teor de tudo o que nele foi escrito!
Da Memória Abissal, onde tudo é arquivado,
reflui mais tarde tudo, como um secreto grito.


ZÉ ERNESTO V. N. de Gaia


Publicado n' O DESTAK 23 de Julho 2009

Ser solidária

Há assuntos que nos obrigam
A uma certa forma de olhar
Não me consigo relacionar
Com a indiferença

Daqueles que sofrem
Sem nunca encontrarem
Um olhar solidário
Antes pelo contrário

Morrem de fome e guerras
Sem nunca encontrarem
O essencial para serem felizes
Nas suas próprias terras


ALEXANDRINA SILVA - Arruda dos Vinhos


Publicado n' O DESTAK 14 de Julho 2009

Ode à cidade do Porto

Onde vais, nobre cidade?
Para onde tu queres ir?
‘Só sei que a minha mocidade
há muito deixou de florir’!

‘Agora, estou encardida,
suja e a cair aos bocados.
Sinto-me muito ofendida,
por quem não ouve meus fados’.

‘Sou a cidade mui nobre,
que defende a liberdade
e mais justiça para o pobre'.

‘Com a minha provecta idade,
as minhas forças são poucas,
num rio de orelhas moucas’.


JOSÉ AMARAL V. N. de Gaia


Publicado n' O DESTAK 7 de Julho 2009

Rua de Pena Ventosa Sé Porto.

Vitória do nosso Pedro

Hoje a apresentação,
como acto de coração,
à cidade de Lisboa.
A “Lisboa com sentido,”
em gesto pleno, vivido
e à sua gente que é boa!

É o Pedro e a verdade,
com sentido de amizade,
no terreno, a realidade,
vencedor sem vaidade!

Confiança com ardor,
sentido de ganhador,
esperança de lutador
e entrega com amor!

É como o verbo amar,
nesta Lisboa que é sua!
Vai em forma de embalar,
de viela, a cada rua!

Confiemos na vitória,
e que fique para a própria história!
Estejamos com o nosso Pedro,
com a bênção de S. Pedro

JOSÉ C. ALMEIDA Lisboa

Publicado n' O DESTAK 1 de Julho 2009